A criança mal acolhida

Neste post, discutiremos sobre o quanto os cuidados que a criança recebe influência seu desenvolvimento psíquico e suas relações ao longo da vida.

Emerson Franco

12/9/20241 min read

"Mas por que foi, então, que me trouxeram ao mundo, se não estavam dispostos a acolher-me carinhosamente?"

Há aqueles que vieram ao mundo e, desde que se lembram, não foram desejados. Crescem com uma sensação constante de estarem atrapalhando, como um elefante no meio da sala, esbarrando em tudo, sem um lugar para se encaixar na família e descansar.

Trazendo para si todas as responsabilidades do mundo, "olha como ela (e) já é uma mulherzinha/homenzinho", "não dá trabalho nenhum". Vivendo como se estivesse sempre em dívida, na corda bamba "não posso errar, preciso fazer tudo certinho para não ser despedido/abandonado", "não posso mostrar minhas fragilidades, vão usar contra mim".

Quando adulta, a criança mal acolhida é, muitas vezes, impedida, por si mesma, de viver momentos despreocupados, de se permitir errar. Ser amado nessas circunstancias é angustiante, "como vou aceitar de graça, sem ter que dispender de nenhuma garantia da minha parte?".

Pode ocorrer uma forte vontade de morrer, de desaparecer e, enfim, dar cabo desse sofrimento persistente, que acompanha, muitas vezes, desde que se 'deu por gente'.

A escuta, o cuidado, atenção e carinho são fontes de onde essa "criança" pode ir, de forma progressiva, se fortalecendo contra os atentados psíquicos e físicos que o convida ao desaparecimento. E, conseguir existir de uma forma mais tranquila, diluir o "elefante na sala" e dar forma ao próprio corpo e poder viver relações sem pagar pedágio.

Agende um horário!